Não! Não vou vou gastar meu tempo falando do SOPA, PIPA ou sobre o direito de propriedade do ânus ébrio.
Deixa eu colocar uma musica...
Pronto!
Esses dias voltando do IMPA, tive que recarregar o B.U. e fiz a minha jornada pelo centro do Rio: do Passeio às Barcas na Praça XV que estava sem luz e fui até a Cândido Mendes onde a fila era grande. Por fim, andar até a Praça Tiradentes e esperar o ônibus.
Enquanto esperava o ônibus observava como a Praça Tiradentes está bonita e como as nuvens negras se acumulavam. Foi então que avistei um sujeito com cara de crackudo abordando pessoas no ponto do ônibus. Não tive dificuldade de reconhecer o sujeito que frequentou a mesma escola que eu no Ensino Fundamental.
Não! Não fui conversar com ele e estou prestes a narrar contos cabulosos sobre a vida marginal no Rio de Janeiro. Simplesmente esquivei e quando faltavam 10 minutos para o fim da integração para o bendito ônibus aparecer.
Tudo compensado por conseguir o último assento disponível com a fila considerável de gente sofrida que estava esperando aquele expresso para o inferno. Não há prêmio maior do que um lugar para dormir quando se tem que enfrentar mais de duas horas até em casa, quarenta minutos só na Ponte. Bom, um helicóptero cairia bem...
Escrevi isso só para evidenciar quatro fatos:
1- Como o sistema de recarga do B.U. é uma merda. Mas espero que isso mude com o advento das máquinas de auto-atendimento. Espero que espalhem várias pela cidade, não adianta tem que sair completamente da minha rotina e gastar uma hora procurando uma máquina que funcione.
2- Como existem empresas de transporte que fazem distinções absurdas e colocam só os ônibus (mais) desconfortáveis para aceitar o Bilhete Único. Além da frequência que é deplorável.
3- Como o Rio de Janeiro está se tornando difícil de trafegar em boa parte do dia. O tempo que faço da minha casa até o Jardim Botânico de ônibus daria para chegar em Juiz de Fora saindo de Niterói (sem trânsito).
4- Como as pessoas que conhecemos tomam rumos completamente diferentes. Eu vivendo praticamente para a Academia, um vira crackudo, outro entra na faculdade só agora. Alguns se contentaram com os empregos de base que puderam conseguir com o Ensino Médio. Outros não se contentam mas a vida os enreda nesta realidade. Tem até MC entre meus antigos 'colegas' de escola.
Agora deixa eu voltar pra minha dissertação...
3 comentários:
O tempo passou e muita gente que estudou comigo teve caminhos diferentes. Um colega morreu assassinado durante um assalto, outro virou comerciante herdando o negócio de seu pai, outros casaram e tiveram filhos sustentando-se com empregos dos quais nem gostam, outros entraram na faculdade muito depois de mim, outros mudaram de faculdade várias vezes e não se formaram e assim por diante. A vida deu muitas voltas mesmo.
Lamento pelo colega que virou cracudo. Isso é lamentável, é melhor morrer do que ser um viciado decadente assim.
Gostei do que escreveu, Alan, e só para constar, fico muito feliz de nossas vidas tomarem rumos diferentes. Acredito que uma das coisas que nos fazem ter vidas distintas são os gostos, pois através deles fazemos nossas escolhas.
Sinto-me feliz por não ser uma "cracuda" e por minhas escolhas estarem me condicionando uma vida relativamente mais dígna.
Abs.
olhando pro perfil das pessoas que conheci quando mais novo, também penso isso.. mas ja me sentia deslocado desde criança rs
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Pode ser sincero, tudo bem.